quarta-feira, 29 de agosto de 2012

MANIFESTAÇÃO E VANDALISMO EM FAVELA NA AV. JACU PÊSSEGO. POLÍCIA MILITAR USA BOMBAS DE EFEITO MORAL PARA CONTER PROTESTO






Moradores de uma favela de São Miguel Paulista, na Zona Leste de São Paulo, que pegou fogo nesta terça-feira (28), realizaram um protesto na tarde desta quarta-feira (29) e bloquearam a Avenida Jacu-Pêssego. Às 17h30, eles queimaram pneus e pedaços de madeira, causando o bloqueio dos dois sentidos da via, próximo à Rodovia Ayrton Senna. Às 19h20, a via ainda se encontrava interditada.
Policiais militares da Força Tática tentaram dispersar os manifestantes com bombas de efeito moral. Os moradores revidaram atirando pedras. Um policial ficou ferido. Duas equipes dos bombeiros foram enviadas ao local para apagar as chamas. O fogo foi controlado perto das 19h.
No início da noite, a circulação dos trens na Linha 12 - Safira, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), foi interrompida pelos manifestantes. Por volta das 18h40, foi montado um bloqueio com fogo entre as estações de Ermelino e São Miguel Paulista.
IncêndioO incêndio que atingiu a favela na terça-feira deixou 220 pessoas desabrigadas, segundo a Defesa Civil. Não houve registro de vítimas. O protesto desta quarta seria uma retaliação dos moradores em relação a uma possível falta de assistência.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) São Miguel Paulista atendeu as famílias que tiveram suas casas atingidas pelo incêndio na favela Nova Vila Nair. Foram distribuídos 350 colchões, 350 cobertores, 146 cestas básicas e 137 kits de higiene. Segundo a administração municipal, as famílias não aceitaram encaminhamento para os abrigos municipais. A Prefeitura disse ainda que irá se reunir com os moradores para verificar outras formas de atendimento necessárias.
De acordo com a CET, o protesto causa trânsito na região, e o veículo com a equipe enviada pela companhia não consegue chegar ao local. Às 18h, a CET computava 89 km de lentidão na cidade, ainda dentro da média, que é de até 98 km para o horário. Segundo a Ecopistas, o protesto desta quarta causava 6 km de lentidão na Rodovia Ayrton Senna, do km 17 ao km 23.
VEJA IMAGENS DA OCORRÊNCIA.


















































As estatísticas, da própria PM, mostram ainda que o salto




O número de policiais militares mortos na cidade de São Paulo cresceu 73% nos sete primeiros deste ano em relação ao mesmo período do ano passado --foram 57 PMs assassinados, contra 33 entre janeiro e julho de 2011.

As estatísticas, da própria PM, mostram ainda que o salto na mortalidade foi maior durante os períodos de folga, quando o número de vítimas aumentou de 21 para 48. Já entre os mortos em serviço, o total caiu de 12 para 9.

No final de junho deste ano, começou a tomar corpo na cidade uma onda de atentados contra policiais, o que levou a corporação a armar esquemas especiais de operação, com reforço de segurança em unidades policiais e blitze em vias estratégicas.

O número de pessoas mortas por PMs também cresceu. Foram 170 vítimas de policiais nos sete primeiros meses deste ano contra 128 no mesmo período do ano passado (uma alta de 32%).

O número inclui os mortos em confrontos (132) e as vítimas de homicídios cometidos por policiais que estavam em serviço ou em seu horário de folga (38).

Para Oscar Vilhena Vieira, pós-doutor em direitos humanos e professor de direito da Fundação Getúlio Vargas, há três fatores que influenciam na letalidade policial: 1) a estrutura militarizada da PM que "trata setores da população como inimigos"; 2) os discursos "duros" de governadores que incentivam a ação enérgica e; 3) a falta de investimento em qualificação.

"Não adianta comprar carros, armas, investir em comunicação, se não treinar o policial adequadamente."

Contêiner vira 'base' da Polícia Rodoviária na Anhanguera

 


Policiais militares rodoviários estão trabalhando dentro de contêineres improvisados às margens da rodovia Anhanguera, em Orlândia (365 km de São Paulo).

Eles foram transferidos para a estrutura de lata há cerca de 20 dias porque a base original, que fica logo ao lado, está em obras.

Durante o dia, cinco policiais --três do setor administrativo e dois do operacional-- dividem os espaços de dois contêineres que foram colocados lado a lado.

O comandante do policiamento rodoviário de Orlândia, tenente Túlio Vancim de Azevedo, afirmou que a utilização dos contêineres foi a saída encontrada para que, durante as obras, a unidade policial não fosse transferida para Igarapava, a quase 80 quilômetros de distância da localização atual.

De acordo com Azevedo, a permanência na base original durante as obras foi inviabilizada porque a reforma envolve pontos estruturais do prédio, como as lajes.

O tenente disse que as obras, estimadas em R$ 750 mil, devem terminar em janeiro de 2013. A base, segundo o comandante, estava em uso havia cerca de 60 anos.

Azevedo nega que haja aumento dos riscos ao policiais --a base de alvenaria tinha blindagem contra tiros, o que não existe nos contêineres.

Ele afirma, no entanto, que a blindagem não é presente em todas as unidades da Polícia Rodoviária no Estado e que a situação atual dos policiais em Orlândia se equipara a de PMs que atuam em bases comunitárias móveis.

"O equipamento de proteção dos policiais é o colete. [O contêiner] Não expõe o policial a um risco diferente do que já é inerente à profissão dele", afirmou o tenente.

Durante o período provisório, os policiais estão usando banheiros de uma base da concessionária que administra a rodovia, que fica ao lado. Os contêineres, segundo Azevedo, foram climatizados e têm isolamento térmico.