terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Homem diz ter sofrido abuso em abordagem de guarda - CIVIL no Ibirapuera



FONTE: G1.COM


Nascimento foi abordado quando caminhava no parque (Foto: Clara Velasco/G1)Nascimento foi abordado quando caminhava no
parque (Foto: Clara Velasco/G1)
Um homem de 33 anos afirma ter presenciado e sofrido abusos de um guarda-civil metropolitano durante uma abordagem no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, na noite do domingo (26). Segundo Oseias Nascimento, ele e outras pessoas estavam fazendo uma caminhada perto do portão 4 do parque quando o guarda ordenou que o grupo encostasse em um muro. Nascimento diz que o guarda fez perguntas de cunho homofóbico e agrediu duas pessoas. A Corregedoria da GCM investiga o caso.
“Ele [o guarda] colocou todas as pessoas que estavam próximas, caminhando, em um muro com as pernas abertas. Ele foi apontando para cada um e mandando encostar no muro. Na hora de revistar todo mundo, ele foi revistando um a um, mas em vez de perguntar de crime, ele iniciou perguntando: ‘você é gay ou não?’”, afirma Nascimento.
Ainda segundo Nascimento, que já trabalhou como segurança, a primeira pessoa abordada respondeu que era homossexual. “O guarda deu um chute nas suas pernas, ordenando que era para abrir mais, e perguntou: ‘você é ativo ou passivo?’. Ficava falando que era para todos nós sairmos do parque, que ele não queria nunca mais ver a gente lá. Eu não sou gay, mas eu senti na pele como os gays sofrem preconceito.”, diz. De acordo com Nascimento, o guarda continuou a insultar o homem e repetiu o procedimento com a segunda pessoa, também a agredindo nas pernas.
Nascimento mostra muro onde grupo teve que ficar parado durante abordagem (Foto: Clara Velasco/G1)Nascimento mostra muro onde grupo teve que ficar
parado durante abordagem (Foto: Clara
Velasco/G1)
Quando chegou a vez de Nascimento, que era o terceiro, ele falou que o guarda não tinha o direito de fazer tal abordagem. “Falei que tinha memorizado a placa da viatura dele e que ia denunciá-lo na Corregedoria da Guarda Civil. Aí ele liberou as outras pessoas, me levou com as mãos para trás até a viatura como se eu fosse um marginal”, conta.
Segundo Nascimento, ele, o agressor e outra guarda que o acompanhava na abordagem no parque foram até o 27º Distrito Policial, no Campo Belo, onde um boletim de ocorrência por desacato foi registrado. “Ele inventou uma mentira, falou na delegacia que eu tinha desacatado e mandado ele tomar naquele lugar. A parceira dele confirmou o que ele tinha falado. Ele me humilhou por puro preconceito, e eu tive que assinar para não ser preso”, diz.
Investigação
Nesta segunda-feira (27), Nascimento registrou uma denúncia na Corregedoria da Guarda Civil Metropolitana. Ele reconheceu o guarda por meio de fotos.
De acordo com a assessoria da Secretaria da Segurança Urbana, “foi aberta apuração para verificar a conduta dos guardas”. “A equipe que estava trabalhando no parque durante o horário do fato foi convocada para depor ainda hoje [terça-feira] e, se for comprovado excesso ou atitude homofóbica, os guardas civis envolvidos serão punidos”, diz, em nota oficial. O prazo de conclusão da apuração preliminar é de 20 dias.

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